Ao receber, no celular, o alerta de notícias avisando que o Pokémon Go já estava liberado no Brasil, minha amiga, jornalista e contemporânea no exercício na profissão, Juliana Vercelli (*), pediu a uma colega de trabalho que a ajudasse a baixar o aplicativo e lhe explicasse como o jogo funciona. Ao entender a dinâmica, me escreveu um email bem humorado, dizendo que como não nasceu ‘com chip incorporado ao cérebro, como os bebês de hoje, mas sim com válvulas’ J, não conseguia deixar de se surpreender com a nova tecnologia vitual que, certamente, viciará milhões de brasileiros. E completou:
“Quando criança, minha diversão tecnológica era acompanhar o meu pai
trocando as válvulas queimadas do aparelho de TV J. Vi a evolução
dos jogos do Pac Man e chego ao século 21 assistindo às pessoas capturando
bichinhos virtuais em todos os lugares :-0 ! Não consigo processar, mesmo tendo
trabalhado a vida toda na área de tecnologia da informação”.
Como Juliana, eu também atuei nessa área uma boa parte da minha vida profissional. Na verdade, ainda atuo como consultora, mas quando começamos, eu e ela, o setor era denominado informática, regido no Brasil por uma reserva de mercado, e quem se aventurasse por aquelas plagas precisava ter uma capacidade enorme para decifrar uma sopa de letrinhas de siglas, entender o seu significado e traduzi-la para a linguagem dos simples mortais. Steve Jobs e Bill Gates ainda se divertiam em suas garagens, inventando as interfaces que começariam a tornar esse universo mais amigável.
De lá pra cá, eu e a Juliana vimos tudo acontecer. Da quebra de
paradigma dos MACs e PCs, que com suas janelas e menus, trouxeram a tecnologia como
ferramenta para nossas mesas de trabalho, ao fenômeno da internet, que nos conectou
ao mundo a partir de um clique e revolucionou a maneira como nos relacionamos.
Se não tenho a pretensão de fazer aqui uma restrospectiva detalhada de toda
essa história, acho que cabe compartilhar minha paixão pelo tema e a minha
dificuldade em digerir e adotar as inovações tecnológicas no momento zero em
que são lançadas.
E as duas coisas não deixam de estar ligadas. A paixão vem de uma
perspectiva simplista, quase pueril, que encara a tecnolgia como a ponte que traz
para a realidade o que antes só habitava o mundo dos mágicos e da fantasia.
Para quem, como eu, cresceu viajando nas narrativas de Monteiro Lobato e Julio
Verne, é quase como se a chave do tamanho fosse se materializar a qualquer
momento J; e essa possibilidade é no mínimo fascinante.
É justamente esse fascínio que me faz desafiar meu conservadorismo
para vencer a dificuldade em me aventurar na primeira hora na experimentação
das tecnologias que acabam de sair do forno. Foi assim quando troquei a máquina
de escrever pelo microcomputador, quando me convenci a substituir o pager pelo
celular, quando adquiri meu primeiro smartphone
e me curvei à necessidade de acompanhar as redes sociais por motivos além da
obrigação profissional. Confesso que até hoje me atrapalho com a diversidade de
comandos existente em qualquer controle remoto e que ainda dirijo um carro
mecânico: um Ford KA 2006, que se chama Tomate (sim, ele é vermelho) e acaba de
completar 20 mil quilômetros rodados.
Mas se a tecnologia embarcada em automóveis ainda não me seduziu, por
outro lado, sou fã incondicional dos jogos on line. Eu sei, eu sei: é pouco
coerente, mas a contradição é inerente ao ser humano, não é mesmo?. E por conta
dela, aproveito qualquer tempinho que sobre para aprimorar meu desempenho no Candy Crash, no Farm Heroes e no Cupcake
Mania, entre outros. E, agora, claro, no Pokemón Go!
Minha querida amiga Juliana que me perdoe, mas tenho achado um
barato esbarrar nos monstrinhos dentro de casa J . Não sei se
ainda vou tomar coragem para sair e caçá-los na rua – acho pouco provável – até
porque, admito, tenho uma pontaria incerta e raramente as bolinhas têm
alcançado os Pikachus, Poliwags e Charmanders. Resta, então, me contentar em
fotografá-los; quem sabe para um novo álbum de família?
(*) A jornalista Juliana Vercelli trabalha
na agência Market21 – Relações Públicas, Marketing & Comunicação e pode ser
contatada através do Facebook facebook.com/juliana.vercelli e do Linkedin br.linkedin.com/in/julianavercelli
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When my friend,
the journalist Juliana Vercelli (*), was notified through her cellular that
Pokemon Go had been launched in Brazil, she promptly asked a team mate to help
her download the game and explain its dynamics. Then, she sent me a funny email
saying she could not avoid the surprise with such a technology, since her brain
“was built with valves instead of the chips babies are now born with”. And she
completed:
“When I was a
child, my high tech entertainment was to watch my dad replace ther burned
valves in our TV set J. Over time, I saw the Pac Man games
evolution and here I am in the 21st century watching people to
chasse virtual pocket monsters everywhere. It is too much to process. Even to
whom has worked most of its professional life in the technology industry, like
me”.
As Juliana, I have
also worked most of my professional life in this area. Actually I still working
with IT companies as a consultant, but
when we started – she and I – the area was called Informatics, its operations
in Brazil were limited by a market reservation and anyone who wanted to work
with it had to prove the ability to translate a bunch o tech achronisms to a
language everyone could understand. Steve Jobs and Bill Gates were still
playing in their garages to create the interfaces that made that tech world
friendly.
Since then, Julana
and I watched everything happen. From MACs and PCs breakthrough, that
transformed our daily work tools, to internet fenomena, that brought the world
to our screens through a click and reshaped the way we connect to each other. If
on one hand I do not intend to tell this whole story here, on the other I think
it is worth to share my passion for technology and, at the same time, my
permanent resistance in adopting the new ones in their launch first moments.
Actually, I
believe the two things are related. The passion comes from the simplistic,
almost childish, perspective that technology is the bridge that brings to
reality everything that, till then, belonged to the magic and fantasy world. To
whom, like me, grew up reading Monteiro Lobato (**) and Julio Verne (**), it is
as if what they described in their books could become real at any time J and this is
fascinating.
And this fascination
is what makes me challenge my conservative resistance to new technologies to
try them. It was like this when I replaced my typewriter by a PC, my pager by a
mobile phone and when I bought my first
smartphone and accepted I should connect with people through social media not
only for professional reasons. I confess that till today I still getting
confused by the excessive number of keys in any remote control and that I still
driving a mechanic car – a Ford KA 2006, called Tomato (yes, it is red) and
that has just completed 20.000 miles driven.
But if cars
embarked technologies have not seduced me, I am a big fan of on line games. I
know, I know this is not coherent, but human beings are made of contraditions, aren’t
them? And this is why I save some of my spair time to improve my performance in
Crazy Crash, Farm Heroes, Cupcake Mania, among others. And now, of course, Pokémon
Go!
So, excuse me my
dear friend Juliana, but I have been enjoying to bump with the pocket monsters
at home. I do not know if I will have the courage to chasse them outdoors –
probably not -- because I am not good on
taking aims and the virtual balls have been rarely reaching the Picachus, Poliwags
and Charmanders. I have been compensating my lack of hability taking pictures
of them; maybe to create a new family album J … Who knows?
(*) The journalist Juliana Vercelli works for the agency Market21 – Relações Públicas, Marketing & Comunicação and can be reached through Facebook facebook.com/juliana.vercelli and Linkedin br.linkedin.com/in/julianavercelli
(**) Monteiro Lobato is a Brazilian writer. Julio Verne is a French writer.
Adoro informática. Acho a Internet o maximo. Estou conectada desde q surgiu por aqui mas... joguinhos? Não dá. Não tenho a menor paciência. Acho tão esquisito! Mas... parabéns pra quem curte.
ResponderExcluirEu também achava. Até que comecei a jogar :--D
ExcluirTambém gosto muito de informática,mas jogos eletrônicos não me seduzem... Joguei muito vídeo game com o meu filho quando ele era pequeno,só para ele ter com quem brincar. Hoje,prefiro caçar muriçoca com uma raquete a caçar Pokémons!Rsrs.
ResponderExcluirUm abraço!
Quem sabe ainda não inventam um 'Caçando Muriçocas' com raquete virtual? rs rs rs
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ResponderExcluirAcho fascinante como o mundo digital esta comecando a interagir com o mundo real... As possibilidades sao infinitas ... Muito em breve poderemos passear em Paris ou viajar pelas galaxias sem sair de casa ... O Pokemon Go e so o comecinho do que vai rolar no mundo da realidade virtual...
ResponderExcluirIsso também me fascina, Cyber, porque como você mesmo disse, as possibilidades são infinitas e eu diria, ainda inimagináveis.
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